quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Seria Busca do Lucro Determinando quem Vive ou Apenas mais uma Teoria da Conspiração?

A História que os Livros não contam.



O grande contingente populacional indígena localiza-se, não por
acaso, na Amazônia. Não por acaso, dizem também os que defendem
teorias conspiratórias, como se os índios fossem a ponta de lança de
interesses escusos internacionais. Chegou-se a dizer que se traziam
índios para onde houvesse riquezas minerais. Os índios são mais numerosos
na Amazônia pela simples razão de que grande parte da região
ficou à margem, nos séculos passados, dos surtos econômicos. O que se
prova até pelas exceções: onde houve borracha, por exemplo no Acre, as
populações e as terras indígenas foram duramente atingidas e a maior
parte dos sobreviventes dos grupos pano do Brasil hoje estão em território
peruano. Quanto aos Yanomami, habitam terras altas que até
recentemente não interessavam a ninguém. As populações indígenas
encontram-se hoje onde a predação e a espoliação permitiu que ficassem.
Os grupos da várzea amazônica foram dizimados a partir do século
XVII pelas tropas que saíam em busca de escravos. Incentivou-se a
guerra entre grupos indígenas para obtê-los e procedeu-se a maciços
descimentos de índios destinados a alimentar Belém em mão-de-obra.
No século XVIII, como escrevia em 1757 o jesuíta João Daniel, encontravam-
se nas missões do baixo Amazonas índios de "trinta a quarenta
nações diversas". Alguns grupos apenas foram mantidos nos seus lugares
de origem para que atestassem e defendessem os limites da colonização
portuguesa: foram eles os responsáveis pelas fronteiras atuais da
Amazônia em suas regiões. E o caso dos Macuxi e Wapixana, na Roraima
atual, chamados no século XVIII de muralhas do sertão. O Barão de
Rio Branco e Joaquim Nabuco fundamentaram na presença destes
povos e nas suas relações com os portugueses a reivindicação brasileira
na disputa de limites com a então Guiana inglesa, no início deste século.
E há quem venha agora dizer que os Macuxi se instalaram apenas recentemente
na área Raposa-Serra do Sol! Do ponto de vista da justiça histórica,
é chocante hoje se contestar a conveniência de grupos indígenas
povoarem as fronteiras amazônicas que eles ajudaram a consolidar.

Manuela Carneiro da Cunha.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Troque um Parlamentar por 344 Professores.



Prezado amigo!

Sou professor de Física, de ensino médio de uma escola pública em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o meu salário bruto mensal: R$650,00

Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar?


Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado.Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro!
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano . São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545.
Na Itália,são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha, Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior !
Como você vai votar depois de ler esta matéria?

Maria Ilíria Rossi.

A Teoria do Eterno Retorno.





Dentro de toda complexidade encontrada nas obras do filósofo alemão do século XIX, Friedrich Wilhelm Nietzsche, uma teoria especificamente me chamou a atenção, “A Teoria do Eterno Retorno”.
Segundo Nietzsche, a Teoria do Eterno Retorno aponta que a vida não parte de uma linearidade e sim de uma circunspectividade, sendo assim, não existe renovação e sim eterna repetição dos fatos.
Coincidentemente, podemos notar vários acontecimentos históricos que podem dar fundamentos a essa teoria. No século IV a.C., Sócrates queria implantar uma nova filosofia na sociedade, onde era extremamente necessário o despertar do homem sob o conhecimento de si mesmo (a consciência de que nada sabe), o desapego do material e o zelo do governo democrático grego, primeiramente, pelo povo, filosofia que feria diretamente os interesses da aristocracia regente, resultando em condenação à morte por envenenamento. Em outro momento histórico, temos a própria aparição de Jesus Cristo e a pregação de suas idéias, se apresentando como rei dos Judeus, o que causou novamente grande incômodo na aristocracia da época, resultando, também, em sua morte. Outro acontecimento interessante ocorreu no século XIX, quando, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), ao defender os ideais da Inconfidência Mineira, também teve que arcar com as consequências da repressão aristocrata portuguesa que governava o Brasil.
Podemos tomar um exemplo mais próximo de nosso dia-a-dia. O relógio de bolso, que entre meados do século XIX e começo do século XX, era muito usado na sociedade, fazendo com que as pessoas utilizassem o gesto de tirar o artefato do bolso da calça para ver as horas. Um ato que, se utilizado hoje, seria considerado antiquado, ultrapassado, mas nem nos damos conta que isso está se repetindo; as pessoas estão cada vez menos usando relógio de pulso e comprando celulares, e quando vão consultar as horas, repetem o mesmo gesto do século XIX de tirar do bolso da calça e consultar as horas. Nada impede que, no futuro, os celulares estejam conectados a relógios de pulso, causando um retrocesso tecnológico, do ponto de vista estético.
Partindo do pressuposto de que não existe uma verdade absoluta e que a história é cíclica, pode-se até discordar dessas idéias, mas havemos de concordar que essa teoria respeita uma idéia de fundamento filosófico.

Marcelo A. O. J. Leite.