quinta-feira, 7 de julho de 2011

Algo está errado.

Como dizia o poeta português João Cabral de Mel Neto:

“ Os poemas que faço costumo deixá-los guardados em uma gaveta durante seis meses. A partir daí consigo ter a frieza e superar as emoções que me causou quando os fiz e chego a conclusão se devo publicá-los ou não”.

A falta de tempo para escrever este texto me induziu a esta técnica que me fez trazer a tona alguns aspectos que a princípio não havia cogitado. A questão de como as notícias tem tempo de validade. As notícias de violência dentro da escola a alguns meses estiveram em evidência cotidianamente e derrepente parou. Será que toda problemática se resolveu? Será que não temos mais casos de violência dentro das escolas para que continuem sendo denunciadas para pressionar as pessoas responsáveis pela educação, ou seja, todos nós pela busca de outra realidade? Talvez por ser mês de férias... Não havia pensado nisso. O espaço que a mídia tanto enfatizou nos últimos meses se limitaram, dando destaque para outras notícias mais comerciáveis.



A alguns meses a mídia divulgou mais uma denuncia de agressão em sala de aula que me chamou atenção.

Uma professora de matemática de uma escola pública na cidade de Guaimbé no estado de São Paulo foi alvejada com uma carteira nas costas após pedir silêncio para os alunos.

Este foi apenas mais um de outros tantos casos que vem sendo denunciado cotidianamente, sem contar os casos anônimos que por conta do medo do agredido acabam por não ser denunciados.

Aluno agredindo, ameaçando ou depredando automóveis de professores, professor prendendo dedo de aluno na porta. Uma relação cada vez mais desarmonioza, para não dizer catastrófica vem atingindo escolas tanto públicas quanto privadas.

O ambiente que deveria existir para desenvolver graus de potencialidades, de humanização surge como espaços de diárias batalhas das quais o maior derrotado é a própria sociedade.

E ao contrário de muitos discursos que atribuem esses tristes fatos como um problema tipicamente brasileiro ou de países latino-americanos subdesenvolvidos correm o risco de fazer uma análise no mínimo superficial ou etnocêntrica. Os noticiários e disponibilizadores de informação on-line denunciam constantemente uma relação cada vez mais violenta entre professor e aluno em países como França, Portugal, Espanha, EUA... Isso sem citar os casos terminados em assassinatos e suicídios.

A crise que se faz evidente nas instituições escolares, que acusam a necessidade de se discutir suas causas e aplicar práticas que alterem este quadro preocupante.

Há necessidade de buscar discutir este problema da sociedade contemporânea que como já foi dito, ultrapassa as fronteiras. Uma análise que não leve a crucificação de professores pela sua falta de capacidade de ensinar, culpabilizando-os pelo fracasso do ensino e que não marginalize os estudantes principalmente das regiões periféricas como se a pobreza fosse sinônimo de barbárie.

Não me cabe aqui, dar respostas salvadoras, percebendo o problema como algo conciso e que suas causas e soluções tem fórmulas únicas nas quais uma aplicação de política pública universalizante resolveria o problema da violência em todas as escolas de forma uniforme.

Contudo, se faz necessário uma análise estrutural do panorama educacional em São Paulo que nos dê um parâmetro como ponto de partida. A final, o que vêm ocasionando tanta intolerância nas relações interpessoais principalmente dentro de sala de aula? Como anda a base familiar destes alunos que hoje estão presentes na escola? Os valores de hoje em dia ainda são os mesmos? Quem educa pais ou escola? Qual a realidade vivida pelos profissionais da educação em nível de formação, valorização? O modelo de escola que temos é o modelo que queremos? A escola de hoje é resultado de quê transformações históricas? As interrogações são tantas que com certeza este ensaio não dará conta de todas as respostas. Porém, pelo menos nos faça refletir e agir de forma verossímil, mas que esta ação e reflexão aconteçam efetivamente de forma democrática, onde envolva pais, professores, alunos, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais e o Estado.

Uma das características da pós-modernidade é a falência das instituições. As instituições garantidoras de acesso ao cidadão a direitos conquistados por uma sociedade democrática, a muito tempo vem passando por um momento de crise na sua funcionalidade. Educação, saúde, segurança e transporte se mostram frágeis e ineficazes atendendo a população de forma precária. Mas o próprio termo “crise” sugere que em outros tempos estes mesmos serviços tiveram boa funcionalidade. E o que podemos perceber é que isso não é uma verdade confiável.

Apesar de discursos críticos, é importante frisar que a qualidade da educação sempre foi algo discutível em todos os tempos em nosso país. Em alguns momentos, pequenos sentimentos de satisfação, mas a grande verdade é que quando ela foi prioridade procurou construir um povo pacífico, alienado politicamente, se preocupava com conhecimentos técnicos para a construção de mão-de-obra barata, desarticulado ou para formar elites que se mantivessem no poder de forma perpétua. E será que este modelo mudou? Não mudou, porém o ensino hoje não atinge nem as expectativas exclusivistas que um dia se propôs a cumprir.

Escolas Jesuítas no período colonial, a primeira experiência em educação institucionalizada no Brasil, tinha a função de “amansar” os índios para melhor serem explorados. Séc. XIX, uma educação voltada para criar um espírito de nacionalidade, reverenciando heróis, aprendendo a exaltar o estado ou meramente buscando levar a leitura e escrita para os mais pobres. Escolas ainda em números muito reduzidos para atender uma população em crescimento. Na década de 30 após a Revolução, uma educação que buscava atender os interesses de uma sociedade que se industrializava na tentativa de profissionalizar trabalhadores e tornar o Brasil longe de uma dependência externa. Porém, a cidadania sendo atrelada a estar ao lado do Estado entendido como “pai dos pobres”, um caráter paternalista dos quais a nossa cultura política ainda não se livrou. Na década de 50, período de maior liberdade política que até então não havia ocorrido, que logo foi obscurecido pelo golpe militar de 1964 levando o Brasil a um período longo e triste de nossa história, período este que deixou profundas seqüelas na educação brasileira. A trajetória percorrida por este longo tempo de quinhentos e onze anos nos levou a um triste resultado na construção da cidadania brasileira, que na verdade ainda é um processo, e que certamente continuará sendo durante logo tempo. Mas o que temos percebido, é que os atuais mecanismos de poder está a cada dia mais reafirmando os interesses do capital na busca da formação de consumidores alienados e não está conseguindo construir caminhos para a formação desta cidadania, coisa que a escola poderia contribuir e não contribui por conta de uma série de problemas que a instituição enfrenta e não consegue superar, e no meio deste quadro está os alunos, jovens que vivem num mundo onde tudo mudou, a informação chega na velocidade da luz e a escola continua nos padrões do período colonial da fase jesuítica.

A realidade do professor

Na primeira parte deste trabalho podemos identificar um indício da relação turbulenta na realidade escolar como um processo, porém não podemos colocar apenas na conta de nossa história o resultado da má qualidade da nossa educação como se o passado decretasse o nosso fim, é importante perceber que o presente continua dando sequência no processo de construção da falência da escola.

O professor vive esta realidade em seu dia-dia. Vítima de um processo de proletarização de sua categoria, o professor vem sofrendo profundas deteriorações na sua profissão, processo que vem ocorrendo desde a década de 70 graças aos projetos neoliberais. Uma realidade na qual o professor, até antes desta época era bem remunerado, “respeitado” como profissional, tanto pelos alunos como pela sociedade passou a enfrentar um processo de declínio de sua realidade. Com a ampliação do acesso da população carente a educação e a necessidade de formar mais professores para atender a demanda, a categoria entrou num processo de proletarização onde seus benefícios foram tocados profundamente, sendo que se antes ganhavam um salário respeitável, lhe permitia ter sua casa, seu carro, plano de saúde e uma vida confortável, hoje o professor enfrenta uma sobrecarga de trabalho, alguns trabalhando 3 períodos em várias escolas diferentes, com uma formação precária, sem continuidade, baixíssimos salários dentre tantos outros problemas e ainda por cima vivencia uma categoria fragmentada com insatisfeitos pelas perdas e os satisfeitos com a possibilidade de ascensão social dos novos professores que apesar dos baixos salários ganham mais do que em suas antigas profissões.

Falta de tempo para se preparar, seja para apenas ler ou visitar eventos culturais que contribuam para seu crescimento intelectual, seja graças a uma má formação os professores enfrentam em seu dia-dia, alunos com uma sede gigantesca de viver a vida e de estar em qualquer lugar que não seja na sala de aula que mais te lembra uma prisão, cheia de grades e de regras que dão um número de informações bem menores e bem mais monótonas dadas em 5 horas, sendo que em meia hora de internet te inclui em um univero bem mais amplo. O pedagogo Ruben Alves cita que dar aulas hoje é como soltar uma velinha com chicote em uma sala com 40, 50 leões.

O que mais preocupa, é que o discurso teórico é todo construído para um embasamento de que a formação dos alunos é voltada para a formação de cidadãos autônomos, críticos, mas que na realidade, não permite o mínimo de autonomia ou criticidade pelo menos voluntária ou consciente, pois a própria revolta e insatisfação do aluno, seja com a escola ou professor é uma reação inconsciente contra o sistema que o cerceia e o quer como exército mão-de-obra barata de reserva. A agressividade do jovem dentro dessas circunstâncias, por mais que ele não esteja percebendo que tudo isso que o cerca está acontecendo torna-se no mínimo compreensível.

A culpabilização ao professor do “seu fracasso” em “salvar a sociedade” como disse a professora de Natal ( Amanda Gurgel) no mês passado em vídeo na internet é uma das maiores covardias históricas que um governo já cometeu sobre uma categoria de trabalhadores, e se não fosse o bastante usa a mídia para fortalecer essa forma de pensar diante do senso comum, marginalizar os movimentos sociais das quais a categoria a duras penas consegue fazer, cria a insatisfação da população, transformando professores em baderneiros e vagabundos que ganham bem e o pior, fortalecem uma imagem de que tudo está muito bem e que a educação melhorou muito. As práticas de violência nas escolas mostradas hoje são evidências bem claras de nem tudo está perfeito.

O Conflito em Sala de aula.

A escola como um espaço social de relações humanas torna-se comum a existências de conflitos sejam eles ideológicos, por diferenças sociais, por vaidades, por desrespeito, enfim, são muitas as causas que podem gerar divergência na relação professor-aluno ou na relação aluno-aluno e professor-professor. O que pode aparecer ai como uma agravante é a maneira com que as escolas lhe dão com isso. O corpo docente, coordenadores e diretores muitas vezes por despreparo buscam anular o conflito. Sem discutir os possíveis problemas, punem os envolvidos sem criar um campo de diálogo para entender as causas, buscar chegar a compreensão de que atitudes estão sendo postas em prática de forma equivocada e que muitos destes problemas poderiam ser resolvidos de outra forma, principalmente em um espaço democrático, onde se busque formar uma cultura democrática. Mas que ao oposto disso são tomadas medidas que tentem conter os ânimos sem muito diálogo e através de imposições das quais geram apenas adiamento de explosões maiores. O que nos faz ver de forma cada vez mais banalizada a ação de alunos murchando pneus de automóveis de professores, soltando bomba nas escolas em horário de intervalos ou se agredindo no término das aulas em frente às escolas.

O conflito é inexorável em qualquer relação humana, é dele que surgem grandes ideias, aprendizagem, respeito e principalmente dentro de um ambiente cheio de jovens tão diferentes, se essa relação não for trabalhada estaremos criando um barril de pólvora prestes a explodir.

É incrível que durante a construção deste texto foram sendo divulgados novos casos de violência nas escolas. O caso da escola de Realengo, no RJ. O rapaz que entrou na escola e matou vários alunos fez levantar uma questão importante. Porque o ódio direcionado a escola que ele mesmo estudou? Isso nos faz pensar em outra forma de violência que evidencia a ausência de diálogo( intermediador do conflito), Bullyng apesar de estar sendo debatido bastante ultimamente e ter ganhado muito espaço na mídia, é um problema que as escolas enfrentam desde que começaram a existir. Mais um problema que não é apenas nacional ou regional, casos de bullyng são expostos todos os dias pela mídia do mundo inteiro. A possibilidade de este rapaz ter sido vítima desta prática como aluno responderia muita coisa sobre o ocorrido, porém o governador do Rio de Janeiro ao invés de levantar esta discussão reduziu o problema em apenas descobrir onde o rapaz conseguiu as armas.

A crueldade das crianças em relação a certas brincadeiras uns com os outros mostra a necessidade de como a relação entre eles precisa ser trabalhada com profissionais preparados e não só por educadores, mas por psicólogos, psicopedagogos que hoje tem minimamente campo de atuação reservado nas escolas.

Um dia questionado num congresso no CRP este ano de porque o psicólogo não tem plano de carreira na educação, respondi ironicamente que se nem o professor tem, quem dirá o psicólogo.

O certo é que com muitas mudanças que a sociedade vem passando, nas relações familiares, seja nos valores que a sociedade vem tendo, nas dinâmicas de vida das famílias sejam elas de pobres ricos ou classe média que passam muito pouco tempo com os pais por conta do trabalho o que abre espaço para uma mídia que visa exclusivamente o consumo e disseminação de vaidades supérfluas que criam um novo padrão de sociedade sem limites, com pressa, com muita informação e pouco conteúdo, cada vez mais individualista, pensando na satisfação própria e não na qualidade de um bem comum tão precioso como a educação, caminhamos por um rumo nebuloso.

A contra mão deste caminho sem dúvida seria a construção da gestão democrática nas escolas que por incrível que pareça é prevista por lei. A lei federal n° 8.069 de 13/0790 diz- Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, Artigos 53 a 59 e 136 a 137.

“53-Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo,pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais”.

Ou seja, munidos da lei esta prática poderia acontecer, pais, professores, gestores, alunos e funcionários poderiam discutir a escola que gostariam de ter. Desde direcionamento de recursos até propostas educacionais e da discussão de problemas gerados dos próprios conflitos. Porém os obstáculos são vários, falta de tempo e de interesse dos pais em participar, dos alunos e de interesse dos gestores em dar estes espaços para os alunos se manifestarem, ou seja, falta de cultura democrática. Professores com sobrecarga de aulas em diversas escolas diferentes impedindo de uma maior participação dos problemas da escola e da comunidade. Ou seja, a teoria nos dá a fundamentação legal enquanto que a prática cria diversas barreiras para que a gestão democrática não ocorra.

O que torna a gestão democrática cada vez mais difícil de ser aplicada obviamente são alguns diretores que insistem em entender as escolas como seus feudos até porque seus cargos são de encaixe não são eleitos pela comunidade.

O caso de violência exposto na TV apesar de abrir espaço para a discussão sobre os problemas da educação no Brasil abrem brechas, tanto para debater os erros e expor o descaso que o governo e a sociedade vêm tendo com algo de tanta importância como também abre precedente da disseminação do medo e de fechar ainda mais, ao pôr mais grades e seguranças impede ainda mais o que deveria ser de livre acesso a todos.

Enquanto o problema da escola sobre a questão da violência for tratado como um problema puro e simplesmente das escolas e não da sociedade de modo geral e que nas escolas acabam sendo apenas um reprodutor do que acontece na sociedade e se não revermos os porquês desta sociedade estar tão violenta, e enquanto as escolas forem tratadas com descaso construindo uma falsa imagem de que a educação está em ótimas condições e negarmos problemas de séculos de existência e que fingem não existir, continuaremos insistindo neste triste caminho de banalização, medo e fracasso.

Marcelo A. O. J. Leite.

Bibliografia.

Costa, Aurea/Neto, Edgard e Souza, Gilberto. A Proletarização do Professor, Neoliberalismo na Educação. São Paulo: Editora Instituto José Luís e Rosa Sundermann, 2009.

Zabala, Antoni. Enfoque Globalizador e o Pensamento Complexo: Editora Artemed.

Caldeira, Tereza Pires do Rio. Cidade de Muros, Crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34, 2000.

Carvalho, José Murilo de. Cidadania no Brasil, o longo caminho: 3° Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:


Lei n° 8.069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.Disponível em:


Depoimento da Professora Amanda Gurgel. disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA
Acessado em Junho de 2011.

Ruben Alves - Entrevista: Memória Roda Viva (8/92003). disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=raeEXZbMl3s&feature=related
Acessado em Maio de 2011.

Quilombos, Jingas e Luta de Resistência.


Quando pensamos em África, logo nos vem à idéia de escravidão, de fome miséria, e porque não dizer de certa acomodação, parece que mesmo com toda essa terrível sorte, o povo africano ainda sorri. Como isso acontece? Parece que estão aceitando a exclusão que recai sobre esses povos?

A África nos dá exemplo de resistências diversas, não somente para a sobrevivência humana, mas em várias dimensões, como cultura e religião, e prova que a manutenção do jeito de ser do povo africano é muito sutil e forte, e dentro deste sorriso está o grande sinal de resistência, mas também a história do ponto de vista eurocêntrica, tal como vimos em alguns livros, mostra o escravizado africano como passivo dentro desta situação, e acomodado em relação a colonização, ou até como indolentes mediante ao avanço da “arabização” que adotara a religião do islã.

As diversas regiões da África, por exemplo, o islã praticado por essas populações são diferentes, não seguindo a rigidez de seus costumes originais, um grande exemplo desta dinâmica é o Sudão, que tem influencias dos árabes mulçumanos, os Iorubás, que tem em sua religião o culto aos orixás, também levou essa “ludicidade” ao islã, assim fazendo um certo sincretismo entre as religiões, e criando o seu próprio jeito islamisco.

Outras lutas, também se desenharam em África como da rainha Nzinga ou rainha Jinga de Matamba, que é uma heroína Nacional de Angola, que liderou o povo guerreiro dos jaguares, três vezes, sempre enganando os Portugueses, com inteligência e sagacidade, significados atribuídos hoje a capoeira ao futebol e ao samba que carregam muito da cultura africana. Agostinho Neto o primeiro presidente da Republica Popular de Angola, Zumbi dos Palmares, a Revolta dos Malês, as guerras de independências das colônias, entre outros que são prova de uma resistência aguerrida dos diversos povos africanos.

Como resistir a séculos de exploração, mortes, e escravidão, colonizações, ditaduras, e violências causadas pelos povos europeus, que conduzem até hoje as decisões econômicas e políticas, que detém um modelo de organização social totalmente diferente dos povos africanos, com suas culturas diferenciadas, seus 54 países e 600 milhões de habitantes, com historia e dinâmicas, artes, línguas, religiões. Somente através de uma resistência não só pela força mas também pelo poder de adaptação dos povos africanos a outras formas de cultura, que sobrevive as tensões e deixa sua marca na trama do tecido de varias culturas dentro e fora da África.

Um símbolo que expressa essa resistência sutil, do povo africano é o Sankofa,o povo Akan que está na atual Gana, é um símbolo Adinkra, é um pássaro com os pés firmes no chão e o olhar para trás, a reflexão, o rever, em que o novo só se faz quando se quebra a dor e as mazelas do passado.

Por isso as lutas se dão até os dias de hoje, como no Egito, na Tunísia e na Líbia, e os povos africanos, continuam achando um jeito, uma forma, uma Jinga para driblar o poder que oprimem esses povos.



"Quebre suas correntes e serás livre...

Corte suas raízes e morrerás!"

(Provérbio Africano)

Ireldo Alves da Silva.