segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Teoria do Eterno Retorno.





Dentro de toda complexidade encontrada nas obras do filósofo alemão do século XIX, Friedrich Wilhelm Nietzsche, uma teoria especificamente me chamou a atenção, “A Teoria do Eterno Retorno”.
Segundo Nietzsche, a Teoria do Eterno Retorno aponta que a vida não parte de uma linearidade e sim de uma circunspectividade, sendo assim, não existe renovação e sim eterna repetição dos fatos.
Coincidentemente, podemos notar vários acontecimentos históricos que podem dar fundamentos a essa teoria. No século IV a.C., Sócrates queria implantar uma nova filosofia na sociedade, onde era extremamente necessário o despertar do homem sob o conhecimento de si mesmo (a consciência de que nada sabe), o desapego do material e o zelo do governo democrático grego, primeiramente, pelo povo, filosofia que feria diretamente os interesses da aristocracia regente, resultando em condenação à morte por envenenamento. Em outro momento histórico, temos a própria aparição de Jesus Cristo e a pregação de suas idéias, se apresentando como rei dos Judeus, o que causou novamente grande incômodo na aristocracia da época, resultando, também, em sua morte. Outro acontecimento interessante ocorreu no século XIX, quando, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), ao defender os ideais da Inconfidência Mineira, também teve que arcar com as consequências da repressão aristocrata portuguesa que governava o Brasil.
Podemos tomar um exemplo mais próximo de nosso dia-a-dia. O relógio de bolso, que entre meados do século XIX e começo do século XX, era muito usado na sociedade, fazendo com que as pessoas utilizassem o gesto de tirar o artefato do bolso da calça para ver as horas. Um ato que, se utilizado hoje, seria considerado antiquado, ultrapassado, mas nem nos damos conta que isso está se repetindo; as pessoas estão cada vez menos usando relógio de pulso e comprando celulares, e quando vão consultar as horas, repetem o mesmo gesto do século XIX de tirar do bolso da calça e consultar as horas. Nada impede que, no futuro, os celulares estejam conectados a relógios de pulso, causando um retrocesso tecnológico, do ponto de vista estético.
Partindo do pressuposto de que não existe uma verdade absoluta e que a história é cíclica, pode-se até discordar dessas idéias, mas havemos de concordar que essa teoria respeita uma idéia de fundamento filosófico.

Marcelo A. O. J. Leite.

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