
Nicolau Maquiavel nasceu em 3 de Maio de 1469 na cidade de Florença.. Em sua adolescência demonstrava um excelente nível intelectual. Mas apenas aos 29 anos exerce seu primeiro cargo público na vida na Segunda Chancelaria de Florença.
O que o destacava como grande personagem renascentista, era o profundo distanciamento da escolástica medieval onde nega crer no fenômeno histórico cristão, segundo o qual, o desenrolar dos fatos humanos no tempo cumpre desígnios divinos dirigindo-se linearmente ao juízo final.
Bem antes de Giambatista Vico (XVII) se opor a Descartes em relação à inutilidade do estudo da história e de enxergá-la “cíclica” ( Corsi e Ricorsi) e de Nietzsche (XIX) desenvolver a Teoria do Eterno Retorno, Maquiavel já acreditava na investigação empírica que consistia na busca da prática dos fenômenos do poder , não de forma em que se encontrasse o tipo de Estado ideal, mas por entender como as organizações políticas se fundem, se desenvolvem, persistem e caem , ou seja, busca no passado ciclos históricos de governos, revoluções bem ou mal sucedidos, onde acertavam e onde erravam em sua decisões, na busca de entender a suas projeções históricas.
Todo esse estudo desenvolvido, somado com a sua experiência na vida pública o levara a conclusão de que os homens seriam todos egoístas e ambiciosos, só recuando da prática do mal quando coagidos pela força da lei. Para Maquiavel, a arte de saber governar triunfaria sobre a ação humana e a teoria da história.
Apesar de sua grande contribuição ao estudo da história, seu trabalho só ganhou notoriedade depois de seu falecimento em 1527 e não no desenvolvimento do estudo histórico, mas na forma de governar. Influenciou muitos reis no sentido da prática de forma de articulação nos governos, como Henrique VIII na Inglaterra.
“O fim justifica os meios”.
“É melhor ser amado ou odiado?”.
“A importância de um exército local para garantir a ordem de um bom governo”.
”A Importância de ter um povo religioso”.
Muitos desses pontos trabalhados por Maquiavel levou nomes do pensamento dos séculos seguintes a diversas conclusões:
Diderot (XVIII), “Dentro da problemática republicana, acredito que “O Príncipe” é uma sátira entendida como elogio”.
Rousseau (XVIII), “Maquiavel teria sido obrigado pelas circunstâncias a disfarçar o amor a liberdade, simulando dar lições aos reis, quando na verdade as dava ao povo”.
Voltaire (XVIII) associava Maquiavel em rejeição radical ao amoralismo em política.
Há também discrepâncias nas interpretações, como a de Mussolini (XX) que dizia que Maquiavel teria sido precursor do Fascismo e Gramsci que associava Maquiavel ao partido proletário.
Em nível de Brasil, acredito que não haja nada mais atual em seu pensamento que a seguinte frase:
“Se for fazer algo de ruim ao povo, faça-o de uma vez, pois o povo tem memória curta e logo esquecerá, mas se fizer algo benéfico, que seja aos poucos para que seu nome seja lembrado por toda eternidade”.
Se nossos representantes políticos são todos leitores de Maquiavél , creio que seja algo complicado de se afirmar, mas que no campo da prática é perceptível que algo ficou de herança. A vida por si só nos dará esta resposta.
Marcelo Albino de Oliveira Junqueira Leite.
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